Monday, November 15, 2004

Uma mente mais sadia

Há algum tempo atrás Alice tinha uma coleção de chaveiros.
Tinha chaveiro do Palmeiras, chaveiros grandes, coloridos, de várias formas.
Alice não ligava mais pra sua coleção.
Dias desses, Alice viu um chaveirinho lindo e ficou encantada. Não era como aqueles chaveiros bobos e feios que já tivera.
Alice queria carregar o chaveiro pra cima e pra baixo, até debaixo do travesseiro o colocava, para dormir bem pertinho dele.
Alice, menina doidivana e relaxada, perdeu o chaveirinho.
Puxa, que puxa.
Ah menina, não serve pra ter nada!
Não mais encontrou o chaveirinho.

Alice já estava cansada de suas aventuras e peripécias.
Reparou que só recebia esculacho ao longo do caminho.
Resolveu sair daquele "mundinho encantado", que de encantado não tinha nada.
Sabia que estava com saudades de uma pessoa. Alice estava com saudades de Alice. Aquela garotinha meiga e carinhosa que havia ficado pressa no passado. Perdida no labirinto do seu eu.
Decidida, saiu ao resgate de si mesma.
A busca foi dolorosa e bonita, o caminho foi a intensa reflexão.
O encontro mais ainda, choro, abraços, uma certa dúvida no reencontro (era aquela menininha realmente? É, é sim! Olhe bem.)
Daí então, uma brisa suave bateu.
Uma paz no coração se alojou.
Alice se encontrara novamente. Iria andar agora, acompanhada da razão e de sua consciência. Traços marcantes de sua antiga personalidade.
Mas claro, aquela menina do passado não passara inatingida pelo tempo.
O Tempo provoca algumas mudanças. Impossível tentar fugir disso.
No entanto, essas mudanças, experiências que ela possuia agora, adquirida por suas andanças no Labirinto a fazia mais lúcida, e melhor agora.